quinta-feira, 26 de setembro de 2013

É Vero! #20 - Café, l'art de vivre

O mais caro é o Cagado.


O café da manhã deveria ser sacramentado ! Da mesma maneira que o sol se levanta, que a lua nos alegra com seu brilho, o café da manhã nos levanta e nos presenteia com uma disposição extra.

Não importa se em casa, na padaria, no hotel (hummm!), ou no trabalho: um cafezinho novo, fumegante, encorpado é privilégio único pra começar o dia.
Melhor ainda quando seu aroma chega devagarzinho, junto com o canto dos passarinhos ou o cacarejar de galinhas logo cedo.  Metade do dia já esta garantido!

E conforme o dia passa, vamos reconquistando-o em pequenas doses – seja no meio da manhã, seja arrematando qualquer refeição, uma boa conversa ou um excelente trabalho!

Aos poucos os brasileiros têm apreciado de forma diferente seu tradicional cafezinho. Eles têm consumido versões mais elaboradas, diferente daquele cafezinho caipira, passado do coador direto para o bule no rabo do fogão ou na famigerada garrafa térmica. A bebida é apreciada quente e em pequenas doses, feita com pó encontrado na primeira prateleira do supermercado, ou trazida daquela maravilhosa delikatessen italiana, ou um Mountain Blue vindo direto da Jamaica!

A tecnologia, aliada a novas áreas de plantio, variações de solos e climas, produções não sazonais, introdução de novas descobertas no tratamento dos grãos, infinitas pesquisas em todos os estágios de sua produção, fazem com que a produção de cafés especiais cresça. Crescem também os números de fiéis ou novos apreciadores dessa bebida que aprendemos a chamar de nossa.

Na realidade o café é original da Etiópia (África), onde conta a lenda que Kaldi, um pastor local percebeu que suas cabras ficavam mais espertas quando comiam pequenos frutos e folhas de um arbusto nativo. Ele mesmo sentiu mais vivacidade ao experimentá-los. Um monge resolveu fazer experiência com uma infusão para afastar o sono ao fazer orações. 



Como alimento cru, macerado, ou em infusão, difundiu-se, aperfeiçoou-se, sacramentou-se, sofreu resistências religiosas, até finalmente ser aceito por favorecer o trato digestivo, alegrar o espírito e afastar o sono. Hoje é considerado uma planta funcional, previne doenças, nutre, revigora, ativa os neurônios... 


Chegou por aqui no século XVIII, pelo Norte, no Pará, vindo das Guianas e  Suriname e rapidamente chegou ao Rio de Janeiro adaptando-se incrivelmente ao clima regional, tornando-se nossa nova riqueza. Hoje é plantado em toda a região tropical do planeta, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio.  (<
http://www.mexidodeideias.com.br/index.php/mundo-do-cafe/os-grandes-produtores-de-cafe-do-mundo/>).
Nossos maiores produtores estão investindo cada vez mais em pesquisas para melhorar a qualidade dos grãos, segmento que cresce mais que o tradicional. E, muitos apreciadores preferem pagar um pouco (ou muito) mais, por um produto especial que pode ter um paladar singular e gratificante.
Se os produtores de café do século passado falavam em colheita, derriça, catação, varrição, peneiramento, terreiro; agora, falam em terroir, blend, castas, varietais, aromas, assim como os enólogos! E nossos produtos, agora, estão começando a ser citados lá fora por sua variedade e pela qualidade especial dos novos sabores.
As principais espécies produzidas no Brasil são varietais do arábica e robusta (conilon), que apresentam especificidades em cada região produtora, atingindo os mais variados e exigentes paladares de todo o mundo. Mas o trato dos grãos é o que confere realmente, sabor à bebida final, ou seja, a colheita manual, escolha, modo de beneficiamento, torra etc. 
 
E... ironicamente, o melhor e mais caro café do mundo, é o café... cagado! No Brasil, por uma ave de nossos campos, matas e cerrados, o jacu - Jacu Bird Coffe. Na Ásia, por um pequeno felino das Filipinas e Indonésia, a civeta - Kopi Luwak. E até mesmo por elefantes, na Tailândia - Café Mármore Negro.   




Descoberto por acaso no Brasil, as aves, quase galináceas, alimentavam-se de grãos maduros do café, prejudicando a colheita. 
Percebeu-se, porém, que depois do processo digestivo, os grãos saíam inteiros nas fezes acrescidos de aromas e sabores ímpares! Hoje a criação de jacus (Espírito Santo), deixou de ser uma ameaça, dando lucros aos produtores. E o exótico Jacu Bird Coffé, surpreende com seu sabor equilibrado, menos ácido e inigualável!                      






Para degustá-lo é preciso ter coragem de prova e desprendimento de valores!   


Quente ou frio, catado ou cagado, escolha o seu!

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